quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Luzes de Natal...

Pois bem...
            Aproxima-se o Natal e muuuuiiiiiito se tem falado da grande crise nacional...Resposta - NÃO HÁ DINHEIRO PARA NADA. 
            Mas desde quando que para passar o Natal em família se necessita de esbanjar dinheiro? existe obrigação de oferecer alguma coisa a alguém? eu dou porque tu me dás? esqueçam, mais vale uma lembrança com valor, do que o valor que a lembrança vale e desde que haja a mesa composta e ambiente familiar chega.

            Passando á frente, também muito se tem discutido dos cortes que as Câmaras Municipais ou algumas Câmaras irão fazer nas luzes de Natal. Outra asneira (no meu ver). A crise por si só desgasta o Zé Povinho e dá origem a uma crise de sociedade, de mentalidade e de crenças, se lhes tirarem o pequeno símbolo de uma festa de família, mais tristes ficam as pessoas, nas ruas e a própria cidade...Poderiam muito bem cortar noutras coisas de uso próprio das gentes das câmaras, uma vez que não necessitam do salário de um dia, no qual se prestaram a fazer greve...Por exemplo, o presidente da câmara de um sitio aqui perto de Braga, vai cortar nas luzes de Natal, porque são tempos difíceis. O mesmo sr.presidente da câmara, ficou surpreendido (coitadinho não sabia) que lhe caia ma conta 14.000 euros por essa localidade do distrito de Braga ser capital da cultura em 2012, fez lembrar um candidato a presidência da Republica que também não se lembrava que iria receber no futuro por volta dos 2,5 milhões de euros de reforma...Além de crise a amnésia apodera-se de algumas pessoas, cuidado pessoal...

            Vivam o Natal por si só e não o supérfluo, não tirem o que faz pelo menos uma vez ao ano as pessoas brilhar e se sentirem em família...já faltam sorrisos, se lhes tiram o brilho das ruas pior será...
mas é só uma opinião, não passa disso

José Costa
25-11-2010

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O fenómeno da Proxémia

            Existem fenómenos de espaço pessoal. o que é comum para nós, pode não o ser para outros. Por exemplo, olhar fixamente nos olhos de um japonês durante uma conversa pode tornar-se ofensivo... estar a conversar a menos de um metro de uma pessoa árabe torna-se invasão de espaço...

            O termo proxêmica ou proxémia foi estudado pelo antropólogo Edward T. Hall por volta de 1963 para descrever o espaço pessoal onde os indivíduos actuam no meio social. Assim sendo definem o espaço pessoal como o "conjunto das observações e teorias referentes ao uso que o homem faz do espaço enquanto produto cultural específico".
            São descritas as distâncias mensuráveis entre as pessoas, conforme elas interagem bem como posturas que são ou não intencionais, e são resultado do processo de "aculturação".

            É um exemplo de proxémia, quando um indivíduo encontra um banco de na rua ocupado por outra pessoa numa das extremidades, este tem a tendência imediata, na maioria dos casos, a sentar-se na extremidade oposta, preservando um espaço pessoal entre os dois. a este atitude, chama-se, distancia intima, pessoal, social e publica.
            São culturas, hábitos criados aos quais não se pode opor ou mudar mas respeitar...

José Costa
17-11-2010
       A obra dos maiores artistas do Renascimento, como Miguel Ângelo, Rafael e Botticelli - A Capela Sistina - uma das mais famosas pela sua  notável arquitectura e decoração, dos seus frescos, é nos tempos correntes, objecto de notícia, pelo facto do Conselho Nacional de Investigação de Itália ter proposto elaborar uma cópia fiel, mas virtual da capela, de modo a reduzir a elevada afluência de visitantes. Uns países incitam á visita de modo a fomentar o turismo e a respectiva economia, outros, encontram soluções, para que não invadam o que é património mundial, e que qualquer um possa visitar.

            Não seria de estranhar, mas o realizador dos Museus Vaticanos evidenciou preocupação pela conservação dos frescos, devido não só ao excessivo número de visitantes (uma vez que o flash das máquinas fotográficas danifica quadros e pinturas), como também a falta de instalações adequadas para eliminar a contaminação ambiental. os responsáveis, insistem em vencer este desafio, para preservação do espaço a gerações futuras.
            A ideia consiste então em lançar um projecto de museu virtual que permite ao público viver  na sua visita os conteúdos da obra, aproximando-se dela com outra perspectiva (não real) e captando elementos que, de outra forma e na opinião dos responsáveis, passariam desapercebidos ao público (ao qual estou totalmente em desacordo). O projecto baseia-se no êxito da sala multimédia que foi instalada às portas do Museu Cívico de Pádua no ano de 2003, com uma reprodução em 3D dos frescos que o conhecido artista Giotto fez para a Capela. O objectivo é regular o fluxo de visitantes e turistas, não fechando ao público.

            As paredes da Capela Sistina são admiradas todos os anos por cerca de 4 milhões de pessoas, rondando os 25.000 visitantes diários nos feriados. em termo de comparação, o museu do Louvre também tem um museu virtual, mas em termos de visitantes triplica estes números e não trava nem leva a cabo politicas de estagnar o numero de visitantes de modo a preservar o espaço e as obras, preferem preservar de um outro modo, e fomentam a arte ao nível virtual e realista mas... isso são outras histórias...

PS - Fundo branco...em vez de fumo...

José Costa
17-11-2010

Um...de muitos poderes do papel

As experiencias com o papel continuam. Depois de ter sido experimentado na construção, na sua mistura com cimento ou mesmo no isolamento acústico de uma habitação, surge agora a experiencia levada a cabo por, britânicos aficionados da aeronáutica espacial. Eles lançaram para o ar um pequeno avião de papel pequeno, com menos de um metro, o qual foi tripulado por um astronauta da Playmobil. este pequeno avião, chegou mesmo ao limite da atmosfera com o espaço.



            O local do lançamento experimental foi uma povoação de Ávila, uma província espanhola, tendo a nave do piloto Playmobil, aterrado posteriormente numa localidade de Madrid. a pequena nave foi baptizada com o nome de Vulture1, dispunha de duas câmaras de vídeo, um pára-quedas e o balão de hélio a que ia preso. por fim, e como nada é feito ao acaso ou de garça, para investimentos futuros, os autores desta experiencia  investiram mais de 9 mil euros neste teste que futuramente se irá repetir.




quarta-feira, 10 de novembro de 2010

" Clock Cities "

A cidade não é um ecossistema autónomo. Ela não produz, nem energia nem a matéria de que necessita. Pelo contrário. Nenhuma cidade poderá ser « durável », mas todas podem contribuir á durabilidade.
A cidade ocupa no imaginário colectivo um espaço essencial e contraditório : foyer da modernidade. Ela tanto é lugar de partes distintas, que estão sempre a mudar, como passa a ser dotada de margens inquietantes e semelhantes.
Estas mudanças, às vezes bruscas, afectam tanto o espaço urbano bem como os numerosos grupos sociais que nela habitam, que se tentam moldar ao seu ritmo.

Rio Sena, Paris

MVRDV, projecto na Margem do Rio Sena, Paris

Durante muito tempo, a percepção da cidade aumentou com uma certa evidência: um espaço densamente construído e fortemente povoado; sempre em mutação, funções específicas, funções de comando (poder político e poder económico), de produção industrial, de trocas comerciais e intelectuais; uma Sociologia diversificada; ritmos e modos de vida específicos.
Para todos os tempos, fica uma diferença entre paisagens.
Num caso, artificiais e compostas principalmente de construções, noutro caso, naturais ou agrícolas. Paisagens com matérias, o betão e o betume opostos à terra e á vegetação dominante, compondo cores (o cinzento e o verde).
Cada tipo de espaço determina-se e justifica-se em oposição ao outro.
A cidade, hoje e sempre, continua a mudar, de um dia para o outro pode dar uma volta de 360º, passa a ser multifacetada.
No entanto, e num tempo de repensar o que se gasta ou se constrói, chega-se a alguma evidência. A obra deve continuar a ser aberta, nunca em fase terminada. Deve deixar um vazio de modo que o utilizador tenha o seu lugar para entrar e servir-se, enriquecer o espaço sem nunca estar a preenchê-lo totalmente, e transformá-lo no tempo, adequando o espaço. Hoje os lugares são personalizados, mas adquirem um tom fechado, ou seja terminado. Hoje não se pode fazer obras de “projectista”, com projectos que se assemelham uns entre outros e se fecham, tornam-se rígidos, amargos, de modo que ninguém o possa transformar.
Assim sendo não teremos outra escolha a não ser acompanharmos o evoluir de ideias e de vontades do tempo, de algum modo, manias ou taras de alguns, pensamentos e estudos de outros, dando sentido às “Clock Cities”…
Concurso Cidade Auto-Sustentável, MVRDV, Seoul, Coréia do Sul


José Costa
10-11-2010